Que Yaya
Touré seria desfalque era 90% de certeza, porém poucos imaginariam que Cristiano
Ronaldo seria poupado devido a uma sobrecarga muscular. Sendo assim, Manchester
City e Real Madrid abriram a semifinal da Champions League 2015/16 sem seus
principais jogadores. O português é o cara decisivo, que chama o jogo pra ele
quando aparece a dificuldade. O marfinense dita o ritmo no meio-campo, controla
as ações e o andar da carruagem. Sem Yaya e CR7, o City of Manchester passou a
ter outra perspectiva nesta terça-feira.
Se
ainda restava duvida, ela foi embora. O melhor elenco é o do Real Madrid, que
não teve o grande astro das semifinais, mas sentiu menos à falta do mesmo do
que os Sky Blues de seu polivalente meio-campista – ora volante, ora meia.
Zidane não modificou o jeito do Real jogar, Pellegrini obrigou-se a escalar
seus comandados de maneira mais tradicional, em linha e sem potencial de
quebrar esquema. O padrão de jogo mais entrosado prevaleceu, o melhor elenco se
sobressaiu, porém não tinha seu matador e este fator foi fundamental para
transformar o goleiro rival no personagem da noite.
Joe
Hart, este parágrafo é pra ele. Muitas vezes criticado, novamente mostrou seu
valor e firmou-se entre os melhores goleiros da atualidade, pra mim atrás
somente de Neuer e na mesma escala que Buffon e Courtois. Foi correto nas
intervenções, seguro nas defesas de meio, elástico nos toques no canto e
gigante no que tese a reflexo puro e diminuição de espaço e raio de ação no
adversário no “um contra um”. Parou o Real Madrid, deixou o placar zerado.
Resultado não é dos melhores para os Citizens, mas tinha tudo para ser pior – não
foi, graças a Joe. No Santiago Bernabeu a missão será árdua ao Manchester City,
até porque a volta de Yaya é improvável, ao contrário do camisa 7 rival.
Cristiano Ronaldo estará de volta e o caldo vai engrossar, mas vale lembrar, quem
tem a vantagem do empate é o time inglês, que se não marcar seu gol, basta não
tomar e depositar suas fichas nas penalidades.
E, aí
surge o grande duelo, que não é entre Ronaldo e Aguëro. O jogo desta terça
mostrou que o confronto individual a ser observado coloca frente a frente um atacante e um goleiro. Não é fácil parar Cristiano Ronaldo, não é fácil passar
por Joe Hart. Prepare o mate e a pipoca, e claro: façam suas apostas.
por Ed Andreick Moreira Wisniewski
Foto: Reuters
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