quarta-feira, 27 de abril de 2016

Quando o improvável protagonista gera uma nova perspectiva

                Que Yaya Touré seria desfalque era 90% de certeza, porém poucos imaginariam que Cristiano Ronaldo seria poupado devido a uma sobrecarga muscular. Sendo assim, Manchester City e Real Madrid abriram a semifinal da Champions League 2015/16 sem seus principais jogadores. O português é o cara decisivo, que chama o jogo pra ele quando aparece a dificuldade. O marfinense dita o ritmo no meio-campo, controla as ações e o andar da carruagem. Sem Yaya e CR7, o City of Manchester passou a ter outra perspectiva nesta terça-feira.
                Se ainda restava duvida, ela foi embora. O melhor elenco é o do Real Madrid, que não teve o grande astro das semifinais, mas sentiu menos à falta do mesmo do que os Sky Blues de seu polivalente meio-campista – ora volante, ora meia. Zidane não modificou o jeito do Real jogar, Pellegrini obrigou-se a escalar seus comandados de maneira mais tradicional, em linha e sem potencial de quebrar esquema. O padrão de jogo mais entrosado prevaleceu, o melhor elenco se sobressaiu, porém não tinha seu matador e este fator foi fundamental para transformar o goleiro rival no personagem da noite.
                Joe Hart, este parágrafo é pra ele. Muitas vezes criticado, novamente mostrou seu valor e firmou-se entre os melhores goleiros da atualidade, pra mim atrás somente de Neuer e na mesma escala que Buffon e Courtois. Foi correto nas intervenções, seguro nas defesas de meio, elástico nos toques no canto e gigante no que tese a reflexo puro e diminuição de espaço e raio de ação no adversário no “um contra um”. Parou o Real Madrid, deixou o placar zerado. Resultado não é dos melhores para os Citizens, mas tinha tudo para ser pior – não foi, graças a Joe. No Santiago Bernabeu a missão será árdua ao Manchester City, até porque a volta de Yaya é improvável, ao contrário do camisa 7 rival. Cristiano Ronaldo estará de volta e o caldo vai engrossar, mas vale lembrar, quem tem a vantagem do empate é o time inglês, que se não marcar seu gol, basta não tomar e depositar suas fichas nas penalidades.
                E, aí surge o grande duelo, que não é entre Ronaldo e Aguëro. O jogo desta terça mostrou que o confronto individual a ser observado coloca frente a frente um atacante e um goleiro. Não é fácil parar Cristiano Ronaldo, não é fácil passar por Joe Hart. Prepare o mate e a pipoca, e claro: façam suas apostas.

por Ed Andreick Moreira Wisniewski
Foto: Reuters

Nenhum comentário:

Postar um comentário