Demorou,
mas aqui está a analise da eliminação colorada na Libertadores. Problemas
pessoas impossibilitaram que a mesma fosse produzida antes, mas a verdade é que
dois dias de atraso não mudaram em nada minha opinião referente a atuação apática
dos comandados de Diego Aguirre no estádio Universitário de Monterrey, que esteve
lotado para festejar o triunfo do Tigres por 3 a 1 (Saiba Mais).
Muito
se perguntava se a postura do Internacional em solo mexicano seria ofensiva ou
defensiva, na realidade não consegui identificar qual foi à estratégia
escolhida. Afinal, o time gaúcho não defendeu, muito menos atacou, somente
assistiu o adversário desfilar em campo aos gritos de “olé”. São vários os fatores responsáveis pela
eliminação colorada, principalmente o Tigres, que teve a segunda melhor
campanha geral na primeira fase e se reforçou ainda mais na parada para a Copa
América. Gastou milhões de dinheiro para trazer jogadores pontuais de
fechamento de equipe, que foi muito bem preparada e escalada pelo brasileiro Ricardo
Ferreti.
O ponto
fraco dos mexicanos era a defesa, que mesmo sem grandes nomes soube se
posicionar de maneira adequada e sólida. O meio-campo era encabeçado por um
volante de experiência internacional, marcador e intenso. Arévalo Rios foi um
gigante, fez gol e deu liberdade para o poderio ofensivo amarelo deixar em
parafuso a retaguarda vermelha. Aquino foi um monstro, atordoou os defensores –
especialmente o jovem Willian – e foi o craque do jogo, com um futebol de
dribles rápidos e objetivos. Jürgen Damm foi pouco citado e lembrado, mas de
maneira discreta ganhou todas do lado-esquerdo adversário. A dupla de ataque,
principal setor do Tigres, foi a cereja do bolo, a que deixou o passeio mais
elegante e avassalador.
Rafael
Sóbis e André-Pierre Gignac merecem um parágrafo especial. Foram eles os donos
do duelo de 180 minutos. Chamaram a responsabilidade de serem os craques e
principais esperanças dos mexicanos, envolveram os defensores gaúchos e deram
liberdade para Damm e Aquino flutuarem em campo. O atacante brasileiro é o dono
do time, aparece nos dois lados e pelo meio fazendo de tudo: corre, encurta os
espaços, marca, dribla, cruza e finaliza. O menino de Erechim faz de tudo, só
não fez o gol porque Alisson lhe impediu, nos dois jogos. Já o camisa 10 mostrou
porque foi contratado por um caminhão de dinheiro, simplesmente porque é craque
imperdoável. Centroavante de Copa do Mundo, com a frieza de um europeu que sabe
crescer nos momentos de maior importância. Não foi o melhor no Beira-Rio, nem
no México, mas sempre esteve entre os melhores e foi o craque da semifinal, um
gigante de alta categoria e também barrado, às vezes, pelo goleiro colorado.
Junta
todos esses fatores do Tigres, soma a confiança de quem está brigando pra fazer
história e que teve um estádio completamente entupido de torcedores fanáticos empurrando
um time cascudo e pronto pra ser o primeiro mexicano a vencer uma Libertadores.
Tudo certo para a classificação, o Inter era um mero detalhe no meio de um
Vulcão Amarelo. Os mandantes foram merecedores, os principais responsáveis pela
jornada infeliz dos colorados. Venceu o melhor, mais bem preparado e
inteligente num duelo de 180 minutos.
É
verdade que Alisson foi um gigante nos dois jogos e impediu um revés ainda
maior; que Juan nada pode fazer em meio a tanta instabilidade de seus parceiros
de defesa, especialmente nas laterais; que Rodrigo Dourado ficou exposto diante
de um meio-campo apático; que os atacantes sucumbiram e que as substituições
foram feitas de maneira incorreta. A estratégia deu errada, o planejamento foi
falho. Tudo isso é fato, mas a maior invenção do momento é que o Inter perdeu
pra ele mesmo. O Colorado foi prejudicado por seus defeitos, entretanto o
responsável pela derrota vermelha foi o Tigres, que soube aproveitar o que
líder do Brasileirão não conseguiu – as deficiências rivais aliada a sua
capacidade.
Vamos
parar de achar culpados, até a semifinal estava tudo certo e nos conforme. O
Internacional estava pronto pro tri, para os demais. Pra mim nunca esteve,
mesmo que sempre apontei o título vermelho como uma grande possibilidade. Boca
Juniors e Tigres eram os adversários a serem batidos pelo Colorado. A melhor
campanha foi derrubada pelo seu próprio torcedor, e a segunda está na final
como franca favorita diante dum tradicional River Plate. Já eram meus favoritos
quando conhecidos os semifinalistas, imagina depois das contratações e do atropelamento
diante do “maior clube sul-americano da última década”, segundo os próprios
jogadores do Tigres chamavam e não temeram em enfrentar.
Chegou o momento de baixar a
bola, de admitir que o Inter foi inferior ao adversário e tentar se recuperar
no Brasileirão, achar culpados e menosprezar o vencedor é uma burrice repetida
que o torcedor colorado comete todo ano, à cada fracasso e eliminação. Não é
vergonha ser eliminado numa semifinal continental, vergonha é reagir da maneira
que estão fazendo.
por Ed Andreick Moreira Wisniewski
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